Como prevenir o reforço de possíveis traumas

É comum a publicação de soluções quando já temos um problema instalado, mas e quando podemos prevení-los?

Este quadro é um resumo dos medos mais comuns de cada idade, achei na página do CRP e em vários compartilhamentos do facebook, ele é bem didático, pode auxiliar as mamães a terem uma postura mais compreensiva e de segurança para seus pequenos, evitando assim possíveis reforços traumáticos.

Esse quadro me fez lembrar de um experiência que tive com minha filha.

medos

 

Tenho uma filhinha que hoje está com 3 anos e quando ela tinha quase 2 anos fui buscá-la na creche e percebi que estava diferente. Perguntei, então, para a professora o que tinha acontecido e ela me disse que todas as crianças passaram por um susto e a minha filha em especial passou mais tempo assustada: “a escola está em reforma e na hora do café da manhã, quando todas as crianças estavam na mesa começaram a usar uma furadeira, todas se assustaram e começaram a chorar, pedimos então, para que parassem com o barulho até que as crianças saíssem do refeitório, quando conseguimos acalmar as crianças percebi um chorinho e fomos atrás, achamos sua filha embaixo da mesa, chorando, tremendo, não sabíamos o que fazer, ela ficou muito tempo com medo e só queria colo depois”.

Fiquei bem preocupada com o relato da professora, afinal de contas qual mãe não ficaria? Mas logo me veio à cabeça: como vou resolver este medo? Preciso que ela entenda que é somente um barulho. Poderia fazer isso em casa lógico, afinal de contas toda casa têm eletrodomésticos barulhentos, comecei então com a minha estratégia. Em um dia de faxina, peguei o aspirador de pó e ela como sempre adora ajudar, então antes de ligar expliquei o que o aspirador fazia: “filha este é o aspirador de pó, é ele que suga todas as sujeiras e pó da nossa casa, quando a mamãe ligar precisamos passar ele no sofá e no tapete para que possa sugar toda a sujeira, para isso vamos ter que ir passando ele devagar e de um lado para o outro. Você quer ajudar a mamãe nisso? Sim. Então na hora em que ligarmos o aspirador ele vai fazer barulho, pois para que funcione precisa de força para arrancar toda a sujeira”. Nesse momento percebi um certo incomodo no rostinho dela, então peguei-a no colo e disse que íamos fazer isso juntas, liguei o aspirador e fomos limpando, conforme passávamos o aspirador de um lado para o outro, ia falando para ela “ele só vai sugar a sujeira”, assim ela foi perdendo o medo e percebendo sua verdadeira função independente do barulho.

 

Minha estratégia foi: 1º) dar segurança para que ela pudesse enfrentar o medo, e a criança dessa idade só ia se sentir segura no colo, e realizando a atividade junto com um responsável de confiança; 2º) compreender a função do equipamento em si, ela precisaria entender para que serve, isso lhe daria mais segurança, é uma forma dela entender que o aparelho não tem a função de fazer mal a ela, mas que precisa ser passado no local adequado; 3º) avisar antes que o equipamento faz barulho, pois quando você avisa, a criança não é pega de surpresa, evitando o susto e consequentemente medo e constrangimento.

Apliquei a mesma estratégia para o liquidificador, batedeira e etc. Hoje ela me ajuda a fazer bolo, bater suco, limpar a casa, etc.

Como um trauma influência sua vida pessoal e profissional

Primeiramente eu quero dizer que Trauma, não é só apenas os TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumático, por exemplo: abuso, morte de ente querido, acidente, assalto e etc), mas também algo que tenha acontecido e que sempre vem na memória quando você está diante de uma situação parecida, por exemplo, medo de agulha, sangue, medo de barata ou qualquer outro bicho, pavor de dirigir, medo de falar em público e etc. Então, quando você fica diante dessas situações ou de algo parecido, a sua mente e o seu corpo se expressam com angustia, nó na garganta, aperto no peito ou no coração, dor de cabeça, diarreias e etc. Quando um trauma ocorre ele passa a interferir em nossas vidas de forma direta ou indiretamente através de nossos comportamentos e atitudes. O trauma, na maioria das vezes, limita nossa qualidade de relacionamento, por exemplo, você deixa de frequentar algum lugar porque lá você pode ser exposto a situação traumática e isso interfere diretamente ao seu bem-estar e saúde emocional, e ou, você é obrigado a enfrentar uma situação traumática constantemente por conta do seu trabalho então suas emoções, sentimentos e sensações corporais expressão de forma adaptativa, porém você passa por todos sentimentos, emoções e respostas físicas constrangedoras para si mesmo, isso quando são percebidas. Por exemplo, medo e/ou receio de falar em público, porém o cargo que você ocupa exige isso, então toda vez que você fica exposto a essa situação seus sentimentos e emoções agem de forma adaptativa internamente, mas na maioria das vezes se expressam fisicamente com “mãos frias, ansiedade excessiva, insônia, tremedeira, diarreias e etc”, certas atitudes podem lhe deixar paralisado e não conseguir enfrentar tal situação e/ou lhe deixar cada vez mais constrangido por ser percebido externamente por outras pessoas, isso vai reforçando cada vez mais seu trauma, deixando tais emoções e sentimentos mais acentuados.

Esse texto que separei mostra o que uma Terapia Psicológica (EMDR) pode ajudar a solucionar este trauma, e como tal problema foi percebido pelo próprio paciente.

http://www.ultimato.com.br/conteudo/quem-mora-dentro-de-voce